sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mídia e desassociação

O principal objetivo das mídias atuais não é o entretenimento, nem tampouco acompanhar as tendências e necessidades das pessoas. Na verdade a mídia existe para conduzir as consciências, fragmentá-las em seu próprio cerne, para assim obter um duplo objetivo: criar consumidores perfeitos, carentes de si mesmos o suficiente para confundirem objetos de consumo com significação, impedindo ao mesmo tempo que as pessoas reconheçam suas reais necessidades, individual e coletivamente.
Os filmes e músicas veiculadas operam sempre no sentido da violência, da carência, da sexualidade animal, da mulher-mercadoria, da criança consumidora voraz, do homem individualista e brutal, da exclusividade e do narcisismo, em resumo, o pior do ser humano, que o desqualifica e o desabilita a ser agente de transformações individuais e coletivas necessárias a um bem estar progressivo e solidamente constituído.
Primeiramente, a mídia te desassocia de si mesmo, te transforma num boneco carente de tudo. Depois, te ensina que o ser humano não pode ser jamais confiável, que existem psicopatas, bandidos e terroristas por todos os lados, justificando estados policialescos de vigilância e controle, além de aparatos sofisticados para gerar a morte, necessários para o controle do "caos vigente".
É controle, tanto mais sofisticado quanto nossa incapacidade de percebê-lo atuante, direcionando nossas mentes e emoções, gerando insegurança e instabilidade onde as coisas poderiam ser e estar muito firmes e conscientes.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Julgamentos, preconceitos e a verdadeira apreciação da realidade

Não julgar as situações antes de enquadrá-las em nossos preconceitos é um exercício tão pouco praticado, que não me admira tomarmos e darmos tanta porrada a esmo, esgotando nossas energias em exercícios nada construtivos, tampouco diplomáticos.
Dizem que o discernimento é um dom, e ele o é de fato, simplesmente porque não exercemos - talvez por condicionamentos egóicos - a capacidade de olhar as situações primeiramente como elas realmente são, para depois sim podermos avaliar o que é fundamental, salutar e digno de apreciação e manutenção nelas, menosprezando os aspectos que, em resumo, não acrescentam nada além de confusão e sofrimento.
Quero dizer que cada situação e acontecimento contém em si a potência de diversas possibilidades construtivas que, se percebidas e compreendidas, nos dão a chave para torná-las úteis e adequadas ao bem estar de todos. Da mesma forma, existem possibilidades negativas e destrutivas no jogo de forças de qualquer situação. Os resultados ou a condução destas tendências dependem de nossa própria força, clareza e energias disponíveis em nosso caráter para serem direcionadas a um resultado engrandecedor e positivo.
Quando olhamos situações com pré-conceitos, na verdade iremos enxergá-las de forma distorcida e tomaremos, portanto, atitudes também distorcidas. Causaremos, em resumo, desequilíbrios, e eles não tardarão a nos afetar. Cada situação pede uma atitude realmente correta. E o correto é perceber o que é o melhor, nem sempre a princípio o mais confortável, mas aquilo que se configurará realmente o melhor para todos, quando mensuramos os RESULTADOS.Chamaria isso de consciência da real necessidade.